Karin Reiter: A arte de Escher

quarta-feira, 19 de março de 2014

A arte de Escher

Por Pahola Ribeiro

Mauritus Cornelis Escher nasceu em Leeuwarden na Holanda, em 1898, e dedicou toda sua vida às artes gráficas. Durante a juventude não foi um aluno brilhante, sequer tinha grande interesse pelos estudos, mas seus pais convencerem-no a ingressar na Escola de Belas Artes de Haarlem para estudar arquitetura.

Seu mestre foi um professor judeu de origem portuguesa chamado Jesserum de Mesquita, com quem Escher conheceu as técnicas de desenho e fascinou-se pela arte da gravura, abandonando a arquitetura para seguir nas artes gráficas. Quando terminou os estudos, Escher mudou-se para Roma, onde se dedicou ao trabalho gráfico. Tempos depois, por motivos políticos, foi para a Suíça, em seguida para a Bélgica e em 1941 regressou ao seu país de origem.

O convívio com diferentes culturas teve grande influência no trabalho de Escher, principalmente sua passagem por Alhambra, em Granada, onde conheceu os azulejos mouros. O contato com a arte árabe aflorou ainda mais a paixão do artista pela divisão regular do plano em figuras geométricas que se transfiguram, se repetem e refletem. Porém, em sua arte, Escher substituía as figuras abstrato-geométricas usadas pelos árabes, por figuras concretas, perceptíveis e existentes na natureza, como pássaros, peixes, pessoas, répteis e etc.

Escher ficou conhecido por suas obras que desafiam a percepção da realidade e mostram situações que parecem normais, mas uma observação mais atenta comprova serem impossíveis. Suas xilogravuras, litografias e meios-tons (mezzotints), representam construções, explorações do infinito e metamorfoses, com padrões geométricos entrecruzados que se transformam gradualmente para formas completamente diferentes.

Muitas animações, filmes, takes e videoclipes contemporâneos são inspirados na obra do artista, como, por exemplo, o videoclipe da música Around the World, do Daft Punk, dirigido por Michel Gondry, que é baseado na obra Encounter.